Trauma e seus impactos psicológicos

• Ansiedade

Conforme o dicionário técnico de psicologia, trauma é uma lesão.

Na terminologia psicanalítica significa uma lesão provocada na psique em resultado de uma experiência que pode ter sido agradável ou desagradável em si mesmo.

Na perspectiva da terapia EMDR-TCC, traumas e lembranças dolorosas são armazenadas de forma mal adaptativa no cérebro, e gera medos, fobias, terrores, e ansiedade vinculada ou  presa aos fantasmas, às lembranças difíceis que mantém suas vítimas presas aos fantasmas do passado por meio de uma dissociação dos entre os dois hemisférios cerebrais (CARVALHO, 2019).

                                     

Entendendo a dor

Médicos epidemiologistas e endocrinologistas americanos, como Dr Fellite e Dr Williamson, descobriram que pessoas com histórico de abuso sexual, bullying e experiências adversas sofridas na infância, desenvolviam obesidade e doenças física crônicas.

Esses autores pesquisaram 17.421 pessoas segundo dez tipos de experiências adversas na infância e descobriram que havia um vínculo entre o trauma emocional e a doença física crônica.

Na pesquisa ficou evidente que um alto número de experiências adversas na infância. Quanto maior essas experiências, maior o risco de um adulto desenvolver problemas médicos, doenças mentais e sociais.

Metáfora do Trauma

Mulher de Ló

O trauma congela, nos transforma em estátuas de sal, eternamente congelados, olhando para trás, onde ocorreu a tragédia e a destruição. Não conseguimos olhar para frente, para o presente e para o futuro e nem fugir do que ocorreu.

Conforme (Teicher, 2002), a privação, negligência, espancamento e abuso sexual ou emocional intenso e repetido na infância alteram o hardware cerebral, a própria fiação dos circuitos emocionais, produzindo modificações neuroantômicas na amígdala e no hipocampo e predispondo ao comportamento antissocial.

O desenvolvimento da personalidade envolveria a expressão das predisposições temperamentais em interação com as experiências de criação e, sobretudo, de socialização em complexas etapas de desenvolvimento (Martin e Bateson, 2000; Harris 1998, 1999).

  O trauma congela as lembranças no cérebro a nível neuroquímico. } }o conteúdo arquivado deforma disfuncional compromete a atividade neuro cerebral. Tem partes do nosso cérebro que possuem arquivos cheios de conteúdos guardados de forma neuroquimicamente disfuncional.

Suzana respirou fundo e disse: eu sou a heroína do bem-resolvido a vida de todo mundo, mas estou paralisada para resolver a minha desde que aquilo me aconteceu…. } o trauma tira a capacidade de escolha.

}Os dois hemisférios não estão se falando, não tem como atribuir significado àquilo que aconteceu. As informações mal adaptadas se encontram dissociadas das ferramentas que poderiam ajudar a processar e arquivar adaptativamente aquela lembrança ruim.

O trauma faz com que acreditemos em mentiras a nosso respeito. Não conseguimos processar (digerir) uma experiência dolorosa. A lembrança fica guardada não só com a sua dor, mas também com o que pensamos, sentimos fisicamente, os cheiros, os sons, as cores. Tudo isso fica guardado nessa lembrança no arquivo de nosso cérebro. (Carvalho, 2019). }esses pensamentos são irracionais e falsos.

O que vai ajudar a superar o trauma?

A possibilidade de reprocessar e integrar adaptativamente o conteúdo dessas lembranças.

De certa maneira, podemos dizer como o sábio Jó: que Deus colocou a eternidade em nossos corações. Hoje em dia, uma forma dessa “eternidade” se manifestar na nossa vida pode ser chamado do inconsciente que, aliás, não tem noção de tempo.

O trauma está eternamente se repetindo dentro de nós, deixa nosso cérebro hipervigilante, pois o cérebro mais profundo (inconsciente) continua precisando nos proteger do perigo. E como tem uma parte do cérebro que ainda não sabe que o perigo passou, algo ruim ainda pode acontecer e ficam eternamente fixados olhando a destruição causada pelo trauma (Carvalho, 2019).

                               

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